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Sucuri Anajúlia não morreu de causas violentas, diz perícia 3h1h56

Além da perícia no local, o corpo foi encaminhado para Campo Grande, onde exames mais detalhados foram realizados. A morte por tiro foi descartada

Júlia Mendes ·
5 de abril de 2024 · 1 anos atrás

Ao contrário do que afirmamos anteriormente, a perícia não concluiu que a sucuri Anajúlia morreu de causas naturais. Após análise pericial, a Polícia Científica do Mato Grosso do Sul comprovou nesta semana que a sucuri Anajúlia, encontrada morta no rio Formoso, em Bonito, não morreu de causas violentas. A perícia consolidou os levantamentos oficiais da Polícia Ambiental realizados na semana ada, que afirmaram não haver marcas de tiro ou qualquer tipo de perfuração na sucuri Anajúlia, como era carinhosamente chamada. 

Ao ((o))eco, a doutora em ecologia pela USP que estuda a sucuri há oito anos e que acompanhou a investigação, Juliana Terra, disse que as marcas eram “cicatrizes de alguma injúria antiga”. Anajúlia foi encontrada por guias turísticos do local já em estado avançado de decomposição. No entanto, segundo Juliana, a situação não impediu que uma avaliação criteriosa em busca de vestígios de injúria externa no corpo do animal fosse realizada. “Descartando o crime, temos hipóteses, poderia ser morte por velhice, alguma patologia, ou outras causas naturais”, completou.

De acordo com informações da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp), a causa da morte será averiguada a partir de uma uma investigação aberta pelo delegado Pedro Ramalho, titular da Delegacia da Polícia Civil de Bonito, que também solicitou o trabalho da Polícia Científica.

O perito criminal Emerson Lopes dos Reis, diretor do Instituto de Criminalística de Mato Grosso do Sul,  disse que a equipe enviada para examinar a sucuri contava com três peritos, um deles era a veterinária Maristela Melo de Oliveira. Segundo Reis, apesar do estado adiantado de decomposição do animal, foi possível realizar o exame in loco e comprovou-se que Anajúlia não tinha marcas de tiro no corpo. “Além disso, ela [a veterinária] fez algumas incisões no animal para poder fazer outro tipo de análise e encontrou algumas hemorragias internas ali, mas devido ao estado de decomposição já não se permitia mais fazer outros exames para tentar identificar alguma possível patologia”, explicou ele. 

Partes do corpo de Anajúlia foram encaminhadas para a capital do estado, Campo Grande, para que exames complementares pudessem ser realizados. De acordo com o perito, foi feito um raio-X no animal para destacar a possibilidade de morte violenta, como havia sido especulado nas redes sociais. “Nós realizamos exames por raio-x na cobra, que poderia indicar projéteis alojados ou quebramento de ossos, mas nada foi encontrado e descartamos efetivamente morte violenta ou por causas externas”, finalizou Emerson.

Anajúlia pelas lentes do documentarista Cristian Dimitrius, que a acompanhou por 10 anos. Foto: Cristian Dimitrius

Erramos. Ao contrário do que afirmamos anteriormente, a perícia não concluiu que a sucuri Anajúlia morreu de causas naturais, apenas que não morreu de causas violentas. A matéria foi atualizada no dia 05/04/2024, às 14:02 para corrigir a informação.

  • Júlia Mendes 6b1q6x

    Estudante de jornalismo da UFRJ, apaixonada pela área ambiental e tudo o que a envolve

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Comentários 1 2p2l4m

  1. João Nicácio diz:

    Acabei de ler, e fiquei surpreso. Surpreso e esperançoso, porque uma das mídias está praticando JORNALISMO, e não JORNAZISMO.
    Por quê afirmo isto? Porque as mídias nacionais tem se notabilizado, já de bom tempo, em publicar mentiras e boatos, sem verificar a origem ou – muitas vezes – com má intenção.
    Mas vocês, ao contrário, publicaram notícia aparentemente fidedigna e, ao ver que a notícia estava incorreta, o itiram!
    PARABÉNS! Um “mea culpa”, um “erramos”, da mais CREDIBILIDADE à mídia e mais CONFIANÇA do leitor naquele veículo.
    PARABÉNS! PARABÉNS! PARABÉNS!
    Júlia, você é um primor! Nunca perca essa essência de real jornalista.