
Está nas mãos da Justiça Federal a suspensão do licenciamento da usina hidrelétrica de Teles Pires, uma das seis barragens que devem ser construídas no rio homônimo, situado entre os estados de Mato Grosso e Pará. O Ministério Público Federal entrou com uma ação civil pública para solicitar a nulidade dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento, principalmente porque ele avalia os impactos isolados do mesmo, e não leva em consideração os problemas ecológicos decorrentes das outras cinco grandes obras. A resolução 01/1986, do Conselho Nacional de Meio Ambiente, exige justamente uma visão abrangente de toda a bacia hidrográfica.
De acordo com os procuradores da República Cláudio Dias, de Santarém, e Felício Pontes, de Belém, os estudos devem ser refeitos em função de falhas “insanáveis”. O problema no licenciamento, porém, não se restringe à visão fragmentada dos riscos à natureza. O MPF, na ação, listou dez falhas no EIA apontadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Uma delas está no relatório (RIMA) dos estudos, que deve ter linguagem ível às populações afetadas. Para o TCU, este objetivo ficou longe de ser cumprido, além de, por exemplo, não comparar o custo comparativo do projeto com alternativas tecnológicas.
A expansão do número de hidrelétricas na Amazônia ganhou mais um capítulo em novembro. Neste mês, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) concluiu a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) da Bacia do Rio Juruena. Ela complementa os Estudos de Inventário do seu potencial energético. A potência instalada chega a, aproximadamente, 8.500 MW, com investimentos da ordem de 40 bilhões de reais. Esta bacia tem unidades de conservação e se estende pelo Cerrado e Floresta Amazônica.
Visualizar Teles Pires e Juruena em um mapa maior |
Saiba mais
Outra usina saindo do forno no MT
A vez do Teles Pires
Área protegida pede socorro
Leia também 84q8

Decreto acrescenta 400 hectares ao Parque Estadual Restinga de Bertioga 1c3e3i
Ampliação visa compensar remoção de áreas habitadas de dentro do parque estadual paulista e ajuda a consolidar corredor ecológico da Mata Atlântica costeira →

((o))eco é um dos finalistas do Prêmio de Jornalismo Digital Socioambiental 386q1h
Investigação da repórter Alice Martins sobre o futuro de Marajó, no Pará, concorre na categoria “Melhor Reportagem Socioambiental” do prêmio dado pela Ajor →