Notícias

O albatroz-real-do-norte 4y1h28

A mística dos albatrozes sempre povoou o imaginário de marinheiros e poetas. O homenageado da semana é membro deste grupo inspirador.

Redação ((o))eco ·
30 de agosto de 2013 · 12 anos atrás

Albatroz-real-do-norte fotografado em Harington Point, Otago, Nova Zelândia. Foto: macronix/Flickr
Albatroz-real-do-norte fotografado em Harington Point, Otago, Nova Zelândia. Foto: macronix/Flickr

Algumas lendas de marinheiros descrevem o albatroz como um bom presságio, um símbolo de uma boa viagem. Outras, um alerta para a tempestade que se aproxima. Ainda há aquelas que os consideram “aves alma”, representando a alma de marinheiros perdidos no mar. Todas concordam que é sinal de má sorte tocar ou matar um. Em suas obras, poetas como Samuel Taylor Coleridge, Maxim Gorky e Charles Baudelaire se apropriaram do animal para representar suas idéias sobre o pesar, a revolução e a identidade.

Um membro da inspiradora família Diomedeidae (nome científico dos albatrozes), o albatroz-real-do-norte (Diomedea sanfordi) é uma espécie que vive ao longo dos oceanos do sul, concentrada no oeste e costa leste do sul da América do Sul, e também nas águas que cercam Nova Zelândia e ilhas adjacentes.

O albatroz-real-do-norte (ou albatroz-real-setentrional) possui uma combinação única de dorso branco com a face superior das asas totalmente negras. O bico é rosado com a ponta amarela e apresenta as narinas bulbosas e a borda cortante da maxila negra. Na juventude, quando deixam o ninho, sua plumagem é similar à dos adultos, mas um número variável de penas escuras no dorso, produz um efeito manchado que é complementado por algumas penas escuras no alto da cabeça branca. Albatrozes estão entre as maiores aves voadoras existentes, e esta espécie pode chegar a envergadura de aproximadamente 3 metros e pesar de 6,35 a 6,6 kg.

O período de reprodução começa em setembro, com a chegada destas aves às colônias de reprodução nas Ilhas Chatham (Motuhara, Big Sister e Little Sister) e em Taiaroa Head na Nova Zelândia. As posturas ocorrem entre o final de outubro e meados de novembro e são seguidas pela incubação de um ovo que dura em média 79 dias. O albatroz jovem deixa o ninho após cerca de 32 a 38 semanas. A nidificação leva, assim, uma média de 46 semanas, de forma que a reprodução é bi-anual. Os jovens ficam no mar de 4 a 8 anos antes de retornar à colônia natal e começam a se reproduzir entre 6 a 11 anos.

Após o período de reprodução, as aves voam para leste até a costa do Chile e Peru, onde se alimentam e realizam a muda. Daquele lugar as aves contornam o Cabo Horn e são encontradas sobre a plataforma continental da Argentina (incluindo as Malvinas) e sul do Brasil, que parecem ser importantes áreas de alimentação. As aves então migram através do Atlântico ando pela costa sul-africana e dali pelo oceano austral, retornando às áreas de nidificação.

Sua alimentação varia de população para população mas é essencialmente constituída por cefalópodes, peixes, crustáceos e salpas.

Embora a pesca com espinhel seja uma séria ameaça ao Diomedea sanfordi, o maior perigo para a espécie é sua limitada área de reprodução, que foi atingida por severas tempestades na década de 1980 e resultaram na diminuição na qualidade do habitats, e consequentemento, reduziu o sucesso reprodutivo. Por estas razões, a IUCN considera o albatroz-real-do-norte como espécie Ameaçada e o ICMBio a considera Em Perigo. A espécie depende agora de ações de conservação, como por exemplo, o Plano de Ação para a Conservação de Albatrozes e Petréis do ICMBio.

 

 

Leia também
Fauna marinha: a anêmona-gigante
Coral-de-fogo: o toque que queima
O terror das formigas

 

 

 

  • Redação ((o))eco 43176a

Leia também 84q8

Reportagens
9 de junho de 2025

Depois de mais de 200 anos, araras ganham uma nova chance no Rio de Janeiro 356f6j

Quatro araras-canindés chegaram no Parque Nacional da Tijuca, onde permanecerão em recinto de aclimatação até que estejam aptas à soltura. Iniciativa é liderada pelo Refauna

Salada Verde
9 de junho de 2025

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas 51528

Sem mencionar Trump, Lula criticou a ameaça do unilateralismo sobre os oceanos. 3ª Conferência da ONU sobre Oceanos começou nesta segunda-feira

Podcast
9 de junho de 2025

Entrando no Clima #48 – A necessária sinergia entre as COPs em debate 5sd30

Bráulio Dias, Diretor de Conservação e Biodiversidade do MMA, conta como o Brasil está lidando com a proposta criar planos de ação conjuntos entre Convenções da ONU

Mais de ((o))eco 6q6w3q

fauna 1xr1c

Reportagens

Depois de mais de 200 anos, araras ganham uma nova chance no Rio de Janeiro 356f6j

Notícias

Estudo aponta multiplicação preocupante do peixe-leão no litoral brasileiro 3o3249

Colunas

Cientistas negras viram a Maré: protagonismo e resistência na ecologia, evolução e ciências marinhas 1l5y71

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção 3y45o

aves 5q1863

Reportagens

Depois de mais de 200 anos, araras ganham uma nova chance no Rio de Janeiro 356f6j

Notícias

A alta diversidade de aves em Bertioga, no litoral de SP 4o4w5q

Salada Verde

Plataforma aborda tráfico de animais em três países 4m829

Reportagens

O atobá quarentão que uniu gerações de pesquisadores 184h6e

conservação 4y3hz

Salada Verde

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas 51528

Colunas

Cientistas pedem urgência em ações para salvar oceanos 5k5z2b

Análises

Governo do RS ignora perda anual de vegetação campestre para comemorar a ilusão do Pampa conservado 6w566i

Colunas

ONU reúne 2 mil cientistas para transformar conhecimento em ações políticas para o oceano 6k6n12

política ambiental 6v2p2j

Salada Verde

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas 51528

Colunas

Cientistas pedem urgência em ações para salvar oceanos 5k5z2b

Salada Verde

Em pronunciamento, Marina Silva sai em defesa do Licenciamento Ambiental 32i1x

Análises

Governo do RS ignora perda anual de vegetação campestre para comemorar a ilusão do Pampa conservado 6w566i

Deixe uma respostaCancelar resposta 4wh1i

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.