Reportagens

Macacos-prego também preferem usar ferramentas 5i2u4q

Como os humanos, eles gostam de facilitar a vida, escolhendo meios e posições que facilitam a quebra de cocos de babaçu.

Vandré Fonseca ·
18 de março de 2013 · 12 anos atrás
Macacos-pregos-amarelos usam pedras para martelar frutos do babaçu. Foto: B. Wright | Clique para ampliar.
Macacos-pregos-amarelos usam pedras para martelar frutos do babaçu. Foto: B. Wright | Clique para ampliar.

Que os macacos-prego são bichos espertos todo mundo sabe. Mas a inteligência destes pequenos primatas do Novo Mundo continua a surpreender. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Georgia, Estados Unidos, divulgaram um estudo que ajuda a compreender como macacos-prego-amarelo (Sapajus libidinosus) escolhem e usam ferramentas na hora de se alimentar. Publicado na revista PLOS One, o estudo comprova a esperteza destes animais.

Para se alimentar da amêndoa, eles precisam quebrar o endocarpo do fruto, a parte dura usada em artesanato. Para isso, usam uma pedra como bigorna, onde posicionam a guloseima, e outra como martelo, para golpeá-la. O problema é que, caso mal posicionado, o fruto fica mais difícil de quebrar ou pode até voar longe. Depois de observar o comportamento do macaquinho e comparar com o comportamento de seres humanos, os pesquisadores concluíram que os bichos, assim como os homens, são capazes de escolher a melhor posição para quebrar a noz. Para isso, utilizam a sensibilidade dos dedos e a audição.

No primeiro o do estudo, pesquisadores marcaram coquinhos de babaçu para saberem em que posição eles parariam de rolar em uma superfície plana. No o seguinte, deixaram que que os próprios macacos, espontaneamente, pegassem os cocos e os posicionassem. A primeira surpresa foi descobrir que eles também escolhiam a posição mais estável, ou seja, eles eram capazes de encontrá-la sozinhos. A vantagem da posição estável é aproveitar melhor a energia dos golpes usados para quebrar o coco e evitar que a comida voe longe.

Pesquisadores marcaram nozes de babaçu para comparação posterior com a posição escolhida pelos macacos para quebrá-los. Foto: D. Fragaszy
Pesquisadores marcaram nozes de babaçu para comparação posterior com a posição escolhida pelos macacos para quebrá-los. Foto: D. Fragaszy

Depois de escolherem um bom apoio, os bichos dão rápidas batidas com o fruto na rocha, até que pare na melhor posição. Então, o golpeiam com a pedra usada como martelo. Para os pesquisadores, este comportamento indica que os macaquinhos não utilizam a visão para escolher a melhor posição, mas usam a sensibilidade dos dedos e a audição, enquanto os olhos vigiam o ambiente ao redor.

A habilidade dos macacos-pregos-amarelos foi registrada em um vídeo.

Na segunda parte do estudo, os pesquisadores pediram a humanos que, com os olhos fechados, posicionassem e quebrassem as nozes. O resultado foi bem parecido. A principal diferença é que homens e mulheres preferiram girara o fruto com as mãos, em vez de batê-lo repetidas vezes contra a “bigorna”. Este o confirmou que, na ausência da visão, outros sentidos podem ser usados para encontrar a melhor posição para as nozes.

 

  • Vandré Fonseca vd27

    Jornalista especializado em Ciências e Meio Ambiente.

Leia também 84q8

Salada Verde
11 de junho de 2025

Organizações brasileiras pedem que Lula deixe de comercializar petróleo para Israel 625p4s

Uma comunidade internacional incapaz de garantir direitos humanos não será capaz de lidar com crise do clima, diz Observatório do Clima

Análises
11 de junho de 2025

O que o recorde de visitação aos Parques Nacionais significa para o Brasil? 1g3q71

Dados do ICMBio sobre os parques nacionais mais frequentados – e os menos – mostram onde se concentra o turismo e apontam caminhos

Notícias
11 de junho de 2025

Servidores denunciam situação precária em florestas nacionais sulistas ocupadas 2h3n6p

ICMBio ite que o ime ultraa suas competências e promete buscar solução que fortaleça a conservação da natureza

Mais de ((o))eco 6q6w3q

clima e energia 4k2q1l

Notícias

Não cabe ao MMA definir o caminho da política energética brasileira, diz Marina Silva 1v3u43

Colunas

Nordeste Brasileiro: A Região esquecida no centro do debate climático 2p1x33

Colunas

Os desafios da diplomacia climática em 2025 3r3y3h

Reportagens

Congresso aprova marco da eólica offshore com incentivo ao carvão   6m6n3w

unidades de conservação 5p295q

Análises

O que o recorde de visitação aos Parques Nacionais significa para o Brasil? 1g3q71

Notícias

Servidores denunciam situação precária em florestas nacionais sulistas ocupadas 2h3n6p

Notícias

Ave criticamente em perigo de extinção, soldadinho-do-araripe ganha um refúgio 103f1s

Notícias

Governo cria três novas unidades de conservação na Mata Atlântica 2b5l3n

oceanos 5b3867

Colunas

Cientistas pedem urgência em ações para salvar oceanos 5k5z2b

Colunas

Podcast inédito explora os ambientes naturais marinhos e costeiros 5y4g3p

Reportagens

O quão pouco já vimos das profundezas do mar 6e6p51

Salada Verde

APA Baleia Franca sob ataque: sociedade protesta contra tentativa de redução 4k2y6n

Capa 5w1yx

Fotografia

A Catedral de Mármore 4f25l

Fotografia

Um monte entre as nuvens 623h3o

Fotografia

Uma praia sem mar 1v4hp

Fotografia

Preikestolen, o Púlpito de Pedra 2v645l

Deixe uma respostaCancelar resposta 4wh1i

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.