Rogerio Cunha de Paula é o legítimo biólogo de campo e fotógrafo por vocação. Paulistano, 33 anos, é especializado em vida silvestre e um dos principais conhecedores de lobo guará. Trabalha atualmente no Centro Nacional de Pesquisas para a Conservação de Predadores Naturais – CENAP/IBAMA, e é pesquisador do Instituto Pró-Carnívoros. Coordenando estudos com ecologia de carnívoros desde 1995, sempre teve na fotografia uma forma de registrar não apenas o meio ambiente e seus elementos, mas todos os momentos únicos e instantâneos que vive em seu trabalho. Para ele, o olhar de um bicho nunca se repete, a luz sobre a neve fria já não é a mesma do momento em que se olha, se ira e se clica, e a emoção decorrente de todo este convívio é a maior de todas as bençãos no mágico convívio do homem com a vida selvagem.
Seu interesse pela fotografia começou quando, ainda na universidade, trabalhava no zoológico de São Paulo. Ali, diariamente convivendo, cuidando e sentindo as mais diferentes espécies de animais, seu olhar transcendia seus conhecimentos acadêmicos e curiosidade científica, para descansar no comportamento sutil dos bichos, que o observavam às vezes assustados, estressados ou aliviados. Os animais se comunicam pelo olhar, e é isto que este biólogo sempre buscou em suas imagens.
Apesar de não viver de fotografia profissionalmente, algumas fotos suas tornaram-se bem conhecidas no meio científico ou entre as ONGs ambientais, como é o caso do retrato da onça pintada (no ensaio) e que recentemente foi usado como base para ilustrações de camisetas. Até mesmo fotógrafos profissionais ‘usaram’deste mesmo olhar posteriormente, buscando nos cativeiros a mesma maneira de enxergar um animal silvestre. Isto deixa claro que a fotografia, como expressão artistica ou até mesmo como documentação para expressar o ambiente em que vivemos, deve ser entendida como conceito e relação, e não simplesmente como forma.
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