O governo boliviano entrará em parques nacionais para explorar hidrocarbonetos, revelou o vicepresidente Álvaro García Linera durante a inauguração, no dia 23, do III Congresso Internacional de Gás e Petróleo, em Santa Cruz de la Sierra. Segundo o vicepresidente, o governo de Evo Morales fará todo o esforço necessário para explorar gás e petróleo nestas reservas naturais, “com o maior respeito à Mãe Terra”.
As principais zonas que serão exploradas são o Parque Aguarague, no Sul do país, o Parque Madidi e o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis), ambos na Amazônia boliviana. De acordo com declarações em 2011 do então ministro de Hidrocarbonetos, José Luís Gutiérrez, a empresa YPFB Petroandina SAM, formada pela estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e PDVSA, petroleira estatal venezuelana, estariam realizando estudos das reservas de petróleo e gás no Tipnis.
Segundo as declarações de García Linera, existem vastos territórios com um alto potencial de hidrocarbonetos no país que foram declarados como parques por governos anteriores para impedir que estes recursos fossem explorados, “para que sejam guardados com certeza para alguém”.
“Vamos usar os recursos com o devido cuidado, com a devida capacidade de mitigação dos impactos ambientais, gastando a quantidade de dinheiro que seja necessária para garantir esta mitigação”, afirmou o vicepresidente boliviano.
Atualmente as potenciais áreas petrolíferas na região amazônica Tuichi e Rio Hondo, nas mãos da argentina Repsol e da Petrobras, respectivamente, estão paradas por dificuldades na obtenção das licenças ambientais, pois estão localizadas dentro de áreas protegidas.
Em declarações ao jornal La Razón, o executivo de YPFB Edwin Álvarez afirmou que serão feitas consultas aos indígenas locais para a exploração de petróleo nos parques, o que será feito junto com o Serviço Nacional de Áreas Protegidas da Bolívia (Sernap). Ele explicou que trabalharão na criação de uma “metodologia de como ingressar” nas áreas, preservando “no possível” o meio ambiente e a biodiversidade. Álvarez mencionou que se tomará como exemplo o trabalho da Petrobras na Amazônia brasileira.
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