![]() |
Jornalistas que desejam melhorar suas técnicas de coletas de dados para melhor cobrir o meio ambiente têm um novo recurso. O Guia de Geojornalismo é um manual online gratuito de tecnologias de mapeamento e visualização. Explica dados ambientais, tais como imagens de satélite, e até mesmo mostra como construir seu próprio balão para fazer fotos aéreas.
Para criar o guia, que faz parte da minha bolsa do ICFJ Knight International Journalism Fellowship, reunimos uma equipe de jornalistas e técnicos experientes em áreas de mapeamento e reportagens ambientais para compartilhar seus conhecimentos. O guia foi criado em parceria com o ICFJ, Flag It Project e a Earth Journalism Network da Internews. O kit de ferramentas online também faz parte do portfólio do Laboratório de Inovação em Jornalismo Ambiental (Ecolab), uma equipe multidisciplinar que trabalha para criar aplicativos úteis para a cobertura ambiental.
No lançamento, o Guia de Geojornalismo oferece 11 cursos, com diferentes níveis de dificuldade. O manual orienta o jornalista em todo o processo de criação de histórias ambientais com dados desde a obtenção das informações necessárias até a edição de uma reportagem. O conteúdo inclui temas como dados, alimentação coletiva de informações (crowdsourcing), mapas, design e visualização. Durante os próximos dois meses, esperamos adicionar vídeos tutoriais e tópicos adicionais. Até agora, o guia está disponível em inglês e português, mas esperamos torná-lo disponível em outros idiomas também.
Por que Geojornalismo?
Cerca de seis anos atrás, quando era repórter que cobria política ambiental, fiquei intrigado com a relação entre o ritmo de desenvolvimento em países emergentes como o Brasil e a China e as atitudes desses países em relação aos seus territórios nacionais.
Promover o bem social e econômico muitas vezes desencadeia mudanças em grande escala para regiões inteiras, devido a intervenções como o desvio de rios, construção de estradas e o incentivo de assentamentos.
Isso também foi um momento em que a atenção mundial para a questão das mudanças climáticas atingiu um pico. Jornalistas ambientais olhavam não apenas para o nosso próprio meio ambiente, mas também para nossa atmosfera global, e como as mudanças na floresta amazônica ou no Ártico podem mudar o clima no resto do mundo.
Observar essas mudanças em grande escala tem sido tradicionalmente um trabalho da geografia. Mas hoje, a Internet e as ferramentas digitais associadas estão capacitando muitos outros, incluindo jornalistas. Um número crescente de jornalistas, redações e empresas está usando o mapeamento digital ou ando imagens de satélite que mostram fenômenos naturais.
O geojornalismo pode ser considerado um ramo do jornalismo de dados. Esse ramo se concentra mais sobre os dados gerados por sensores e satélites.
O geojornalismo também pode ser uma maneira de abordar um tema aplicando métodos geográficos como uma forma eficaz de colocar questões de grande escala em contexto.
Trata-se de um meio poderoso e inovador para contar histórias ambientais.
Confira o Guia de Geojornalismo aqui. Por favor, conte nos comentários se você usar os tutoriais e ferramentas em sua reportagm.
*Gustavo Faleiros é jornalista ambiental e treinador de mídia especializado em jornalismo de dados. Ele é bolsista do Knight International Journalism Fellowship com base no Brasil. Siga-o no Twitter.
*O conteúdo de inovação de mídia global relacionado aos projetos e parceiros do Knight International Journalism Fellowships do ICFJ na IJNet é apoiado pela John S. and James L. Knight Foundation.
Leia também 84q8

Transição energética entra de forma discreta na terceira carta da Presidência da COP30 425t72
À comunidade internacional, André Corrêa do Lago delineia o que ele espera que seja alcançado nas negociações preparatórias de Bonn →

Que semana, hein? 3c4zy
Apesar das batalhas perdidas e dos ciclos que se fecham, a luta ambiental tem que seguir →

O Brasil e o mundo dão adeus a Sebastião Salgado, que viveu 81 anos de histórias e imagens 495p32
O fotógrafo dedicou grande parte da vida aos temas humanistas e ecológicos, incluindo a restauração de ambientes naturais →