Apesar de ser a detentora do recorde de placar mais elástico em uma partida entre seleções, surrando a Samoa Americana por 31 x 0 em 2001, a seleção australiana de futebol nunca teve muito sucesso durante suas participações em Copas do Mundo, nunca ando das oitavas de final. Nesta edição já começou com o pé esquerdo, perdendo do Chile na estréia, e suas chances contra os outros adversários do grupo, Holanda e Espanha, são extremamente modestas.
Por outro lado, no campo das áreas protegidas, a Austrália não tem do que se envergonhar. Suas unidades de conservação protegem 89.528.800 hectares, o que corresponde a aproximadamente 11% de todo seu território. E quando o assunto é proteger as áreas marinhas a Austrália ganha de goleada, com mais de 28% de todas as suas área marinha sendo protegidas.
E a Austrália sabe muito bem o quanto ela ganha quando protege o meio ambiente. Segundo cálculos do Departamento de Meio Ambiente e Patrimônio australiano, os ecossistemas terrestres australianos estão avaliados em cerca de 245 bilhões de dólares por ano, enquanto os ecossistemas marinhos chegam a incrível soma de 640 bilhões por ano. Estima-se, por exemplo, que a contribuição do koala para a indústria do turismo australiano foi de 1,1 bilhões dólares em 1996 graças ao seu papel icônico na atração de turistas internacionais.
Criado em 1879, o Royal National Park é o segundo parque nacional mais antigo do mundo (depois de Yellowstone, nos EUA), e o primeiro a usar o termo “parque nacional”. Localizado no estado de Nova Gales do Sul, possui uma área de 15.091 hectares e mais de 100 quilômetros de trilhas que podem ser percorridas a pé, sendo que algumas delas permitem também o uso de bicicletas. A trilha mais popular é a Cost Walk, que contorna a borda oriental do parque e oferece excepcionais paisagens costeiras. O parque contém uma grande variedade de terrenos, com paisagens que variam de falésias costeiras entremeadas por praias e pequenas enseadas até um antigo planalto rasgado por extensos e profundos vales fluviais. Muitas espécies de aves habitam o parque, como as cucaburras (Dacelo novaeguineae), além de alguns dos mamíferos típicos da austrália como o koala (Phascolarctos cinereus) e o dingo (Canis lupus dingo).
O Parque Nacional Kakadu está localizado no Território do Norte e cobre uma área de 198.040 hectares. Criado em 1979, foi reconhecido pela UNESCO como um patrimônio mundial, devido às gravuras rupestres aborígenes e ao ecossistema com rica biodiversidade. O nome vem da pronúncia errada de “Gaagudju”, que é o nome de um idioma aborígene que costumava ser falado na parte norte do parque. Os diversos ambientes do Parque Nacional de Kakadu a uma grande variedade de animais, muito deles raros, ameaçados de extinção, vulneráveis ou endêmicos. Cerca de 74 mamíferos foram registrados no parque, incluindo várias espécies de cangurus, wallarus e wallabies. Apesar do fato de que Kakadu a mais de 10.000 espécies de insetos, essas criaturas são frequentemente ignorados pelos visitantes. Os cupinzeiros encontrados nos montes na parte sul do parque impressonam por seu tamanho.
Outro parque importante é o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, também localizado no Território Norte. O famoso monólito de arenito Uluru (também conhecido como Ayers Rock) encontra-se dentro do parque e empresta a ele seu nome. Com 348 metros de altura, possui várias inscrições feitas por antigos povos indígenas. O desenvolvimento de infra-estrutura turística adjacente à base de Uluru começou na década de 1950, mas logo começou a produzir impactos ambientais adversos. No início de 1970 todas as instalações turísticas foram removidas para fora do parque. Em 1985 o governo australiano devolveu a propriedade de Uluru aos aborígines Pitjantjatjara locais, com a condição de que ele fosse alugado de volta ao departamento de Parques Nacionais e Vida Selvagem por 99 anos, sendo istrado em conjunto com os aborígenes. O parque é classificado como um dos mais importantes ecossistemas terrestres áridas do mundo, além de ser reconhecido pela UNESCO como um patrimônio mundial. O parque tem uma rica fauna de répteis, com mais de 70 espécies tendo sido registradas, e quatro espécies de sapo são abundantes na base dos monólitos de arenito após as chuvas de verão.
Por fim, não poderíamos falar de áreas protegidas na Austrália e não mencionar o Parque Marinho da Grande Barreira de Coral. Criado em 1975, protege uma área de 34.500.000 hectares onde a pesca e a remoção de artefatos ou animais selvagens (peixes, corais, conchas do mar) é estritamente regulamentado, e o tráfego marítimo comercial deve se ater a certas rotas marítimas específicas que evitem as áreas mais sensíveis do parque. A Grande Barreira de Corais é o maior agrupamento mundial de corais e outras espécies marinhas exóticas, abrigando uma rica biodiversidade, incluindo muitas espécies vulneráveis ou ameaçadas de extinção, alguns dos quais podem ser endêmica do sistema de recife. É uma das sete maravilhas do mundo natural, sendo maior do que a Grande Muralha da China e o único dos seres vivos na terra visível do espaço. Seis espécies de tartarugas marinhas vêm para o recife para procriar, e crocodilos de água salgada vivem em manguezais e pântanos de sal na costa perto do recife. 215 espécies de aves (incluindo 22 espécies de aves marinhas e 32 espécies de aves costeiras) visitam o recife ou fazem seus ninhos nas ilhas dentro da área do parque.
Veja abaixo algumas das figurinhas carimbadas das unidades de conservação da Austrália.
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