
Rio Branco − Diminuição do desmatamento com aumento de renda per capita. O estado amazônico que melhor conseguiu transformar a proteção da floresta em vitrine política sedia este ano a 8ª Reunião Anual da Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF – Governors’ Climate and Forests Task Force), evento que começou hoje na capital do Acre e termina no próximo dia 14. O GCF existe desde 2008 e conta com 22 estados e províncias de 7 países: Brasil, Indonésia, México, Nigéria, Peru, Espanha e Estados Unidos.
O primeiro dia foi marcado por discussões sobre mecanismos de REDD+ nas diferentes províncias e estados e pela celebração do Acre como paradigma pelo grupo. “É o modelo a se seguir”, aponta William Boyd, secretário-geral do GCF.
Ao ser perguntado sobre quais medidas estão sendo tomadas para diminuir a emissão de gases de efeito estufa a partir da queda do desmatamento, Boyd citou mais exemplos acrianos, como a Fábrica de Preservativos Masculinos Natex, cuja produção é feita com látex nativo proveniente da Reserva Extrativista Chico Mendes e região, o que mantêm o modo de vida dos seringueiros e não destrói a floresta, “exemplos que podem ser adotados em outros lugares”, afirmou.
O governador do Acre, Tião Viana (PT), apontou em coletiva de imprensa as políticas adotadas no Acre que fazem do estado essa liderança apontada.
“Nós do estado do Acre, a nossa parte foi assegurar resultado concreto. Nós provamos que além de uma preocupação internacional, de uma preocupação setorial, nós dos países tropicais que tem suas áreas de florestas estamos reduzindo a curva do desmatamento fortemente, estamos reduzindo a emissão de carbono e estamos assegurando desenvolvimento e melhorando a qualidade de vida das pessoas, aumentando o PIB per capita e assegurando boas práticas da vida institucional. Isso é uma demonstração inequívoca da referência e da credibilidade e da responsabilidade com esse tema”, afirmou Viana.
Declaração de Rio Branco
A carta foi assinada na manhã de hoje pelos governantes e delegados presentes no evento. De acordo com Ana Euler, diretora-presidente do Instituto Estadual de Florestas do Amapá, a declaração vem afirmar os princípios dos participantes do GCF “e explicitar uma visão de um bloco de 3 continentes, com 5 línguas diferentes, que conseguiram se alinhar em torno da redução do desmatamento”.
Ainda segundo Euler, a GCF tem como meta a manutenção das florestas com igualdade de distribuição de renda e principalmente, “o desenvolvimento do setor produtivo-florestal e de serviços ambientais”.
Além de a Declaração de Rio Branco, um documento que amarra os objetivos em comum dos membros do GCF, o encontro serve como prévia das discussões que serão feitas na COP 20, que acontecerá no final do ano no Peru.
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