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Alemanha enviará 50 ararinhas-azuis para o Brasil v4t4g

Acordo de Cooperação Técnica para repatriação das aves foi assinado nesta sexta (7), em Brasília. Extintas na natureza, as aves chegarão em novembro e irão para Curaçá, na Bahia

Carolina Lisboa ·
10 de junho de 2019 · 6 anos atrás
Ararinha azul. Foto: Marcus Romero.

Em cinco meses, 50 exemplares de ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) serão repatriadas, vindas da Alemanha. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (7) durante a do Acordo de Cooperação Técnica entre o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a associação alemã mantenedora das aves, a Association for the Conservation of Threatened Parrots (ACTP).

Ao chegarem ao Brasil, provavelmente no mês de novembro, as ararinhas serão levadas para o Centro de Reintrodução e Reprodução da Ararinha-azul, que está sendo construído no Refúgio de Vida Silvestre (Revis) da Ararinha-Azul, uma unidade de conservação (UC) com cerca de 30 mil hectares criada em 5 de junho do ano ado. Somada à Área de Proteção Ambiental (APA) da Ararinha-Azul, de 90 mil hectares, as UCs serão os locais de reintrodução das aves, nos municípios de Juazeiro e Curaçá, na Bahia. A ararinha é endêmica da Caatinga e considerada uma das espécies de aves mais ameaçadas do mundo. O último exemplar conhecido na natureza desapareceu em outubro de 2000 e a espécie foi, então, classificada como Criticamente em Perigo (CR), possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro.

“É a primeira vez em toda a história que a gente vai ter a repatriação de 50 indivíduos. É um terço do plantel, praticamente, que vai vir para o Brasil para a gente fazer todas as atividades de reprodução e reintrodução”, informou Camile Lugarini, coordenadora do Plano de Ação Nacional para a Conservação da Ararinha-Azul (PAN Ararinha-azul) do ICMBio, em evento na do acordo de cooperação.

((o))eco tentou entrevistar Camile, mas não obteve autorização da Assessoria de Comunicação até o fechamento dessa nota.

As ararinhas que estiverem preparadas serão soltas entre 2020 e 2024 em conjunto com maracanãs (Primolius maracana), uma outra espécie com hábitos semelhantes aos da ararinha-azul, e os grupos serão monitorados por cientistas.

Atualmente, existem apenas 166 exemplares da ave em cativeiro no mundo, sendo 13 no Brasil. A ACTP mantém 90% das ararinhas-azuis, após receber os exemplares da Al Wabra Wildlife Preservation, no Catar, que foi recentemente fechada. As 13 ararinhas brasileiras estão alojadas no Criadouro Fazenda Cachoeira, em Minas Gerais, onde nasceram dois filhotes nos dias 14 e 17 de maio. Há ainda 147 indivíduos na Alemanha, dois na Bélgica e quatro em Singapura, países que participam do Programa de Criação e Reprodução em Cativeiro da espécie, carro-chefe do PAN Ararinha-azul.

Foto: Marcus Romero.

 

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  • Carolina Lisboa 25262a

    Jornalista, bióloga e doutora em Ecologia pela UFRN. Repórter com interesse na cobertura e divulgação científica sobre meio ambiente.

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Comentários 2 5d6d45

  1. Juarez diz:

    Tentou… ele pulou do barco e tentou pegar uma gaivota que estava ando por cima dele. Quase conseguiu…


  2. O Presidente Bolsonaro, antes das eleições, foi multado por pescar em Unidade de Conservação. Se sabe se ele tentou também pegar aves em Unidade de Conservação? Não quero ser pessimista nem desrespeitoso, mas eu duvido que o governo federal vai providenciar proteção eficiente para as ararinhas. Se eu fosse ararinha-azul e eu pudesse decidir, eu ficaria na Alemanha. Mais seguro! Olá, ACTP?