O governador do Pará, Helder Barbalho, levou a Brasília nesta quarta-feira uma grande comitiva, formada por deputados estaduais e federais, senadores, prefeitos paraenses, sindicatos e produtores rurais, para pedir que o Governo Federal anule os embargos feitos a propriedades rurais no estado.
A notificação de embargo foi publicada na terça-feira (6) e envolve 544 propriedades rurais com registro de desmatamento ilegal em Altamira, extremo norte do estado.
Segundo a Diretoria de Proteção Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, os embargos foram feitos com “o objetivo de prevenir a ocorrência de novas infrações, resguardar a recuperação ambiental e garantir o resultado prático do processo istrativo”.
Em suas redes sociais, Helder disse que a visita da comitiva a Brasília era para pedir solução a respeito de embargos “em áreas produtivas” no Pará.
“Eu recebi da ministra Gleisi [Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais do Brasil], representando a presidência da República, o compromisso de encontrar soluções para que nós possamos permitir que estas propriedades possam ser reativadas, para que possam produzir e possam, acima de tudo, ter o direito à segurança jurídica, direito à propriedade, direito à produção”, disse o governador. Segundo Helder, essa produção “vai coincidir com a legislação ambiental”.
A realidade, no entanto, é que a publicação do embargo foi muito mal recebida pelo setor do agronegócio no estado.
Segundo um morador de Altamira, que preferiu não se identificar por medo de represálias, fazendeiros locais já se preparam para impedir qualquer atuação do governo nas áreas embargadas. “A situação não está nada boa. Isso daqui vai virar uma guerra civil”, disse.
O MMA ainda não se manifestou sobre o pedido do governador.
Leia também 84q8

Governo Federal embarga 544 propriedades com ilícitos ambientais em Altamira 3p2m6o
Proprietários de terra preparam reação. “Isso vai virar guerra civil”, diz morador local →

Alertas de desmatamento na Amazônia aumentam 55% em abril 2d3a6v
Apesar da taxa do Deter no acumulado do ano mostrar estabilidade, com queda de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior, alta do desmatamento na Amazônia em abril liga alerta →

ONGs pedem que Lula defenda Marina Silva após ataques de ruralistas 1m441i
Manifesto alerta que ofensiva contra a ministra do Meio Ambiente afeta compromissos ambientais do Brasil; Marina foi chamada de "câncer" por deputado do PP →