Notícias

Filhotes animam projeto de conservação do pato-mergulhão 714r41

Zoológico do interior de São Paulo já havia conseguido reproduzir a espécie em cativeiro, mas desta vez os casais de patos-mergulhões não precisaram de ajuda para chocar os ovos

Vandré Fonseca ·
14 de agosto de 2018 · 7 anos atrás
Família de pato-mergulhão. Filhotes nasceram em cativeiro, sem ajuda humana. Foto: Zooparque Itatiba (SP).

Responsáveis pelo programa de conservação do pato-mergulhão (Mergus octosetaceus), uma das aves mais raras e ameaçadas do mundo, comemoram o nascimento dos primeiros filhotes em cativeiro, sem a ajuda de seres humanos. Os quatro patinhos nasceram em 8 de julho, no Zooparque Itatiba (SP), a 85 quilômetros da capital do estado.

Para a equipe do projeto, o nascimento indica que os patos-mergulhões criados em cativeiro podem ser bons pais. No ano ado, o zoológico já havia conseguido a reprodução da espécie em cativeiro, mas os filhotes foram incubados em uma chocadeira artificial e receberam cuidados de seres humanos.

O pato-mergulhão é uma das aves aquáticas mais raras e ameaçadas do mundo, considerado como “em perigo crítico” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em inglês). Existem menos de 250 indivíduos na natureza, encontrados Minas Gerais, Goiás e Tocantins. O pato-mergulhão foi escolhido como Embaixador das Águas do Brasil, no 8º Fórum Mundial da Água, realizado em março deste ano, em Brasília.

Filhotes. Foto: Zooparque Itatiba (SP).

Segundo informações do Zooparque Itatiba, é uma ave que se alimenta exclusivamente de peixes e depende de águas limpas e transparentes para ter boa visibilidade e encontrar as presas. Vivem preferencialmente em rios com corredeiras e vegetação nas margens e são considerados bioindicadores, ou seja, a presença dele demonstra que o ambiente está em equilíbrio.

No Zooparque Itatiba vivem 21 patos-mergulhões adultos, que nasceram a partir de ovos coletados no Jalapão (TO), Patrocínio (MG) e Serra da Canastra (MG), que segundo informações do zoológico, não teriam condições de eclodir no ambiente em que estavam. No ano ado, nasceram os primeiros descendentes das aves em cativeiro.

O projeto pretende aumentar a população da ave em cativeiro, para que ela seja reintroduzida na natureza. A reprodução em cativeiro é a primeira etapa do projeto, desenvolvido pela Associação Natureza Itatiba, que tem sede no zoológico. O projeto teve início em 2006, mas só a partir da criação do Plano Nacional de Conservação (PAN) da espécie começou a ganhar forma.

Embora estejam em um zoológico, os patos-mergulhões são mantidos em um recinto fechado à visitação. Eles vivem em uma área de 100 metros quadrados, onde existe uma lagoa artificial, água corrente e um ninho em tronco de madeira. Além de ração, recebem alevinos de lambari vivos colocados nas lagoas, para estimular o comportamento natural. Eles são monitorados por câmeras 24 horas por dia e os visitantes podem acompanhá-los através de um centro audiovisual.

 

Leia Também

O árduo caminho para proteger o pato mergulhão

Um lugar para o pato-mergulhão

Pato ameaçado por energia limpa

 

 

 

 

 

 

  • Vandré Fonseca vd27

    Jornalista especializado em Ciências e Meio Ambiente.

Leia também 84q8

Reportagens
2 de outubro de 2009

Pato ameaçado por energia limpa 2q3z4b

Hidrelétricas podem exterminar com habitats da espécie, uma das mais ameaçadas do mundo, na Chapada dos Veadeiros. Também há planos para siderúrgica na região.

Análises
24 de junho de 2005

Um lugar para o pato-mergulhão 52618

Os últimos redutos brasileiros do pato-mergulhão estão cada vez mais ameaçados por barragens e soja. Reservas particulares são uma solução para protegê-los.

Colunas
3 de novembro de 2015

O árduo caminho para proteger o pato mergulhão 2x6c56

Projeto do Instituto Terra Brasilis, na região da Serra da Canastra, busca proteger esta que é uma das dez espécies de aves mais ameaçadas do mundo.

Mais de ((o))eco 6q6w3q

espécies ameaçadas 671k1r

Colunas

Marketing não é capaz de reviver espécies extintas 6s3o4w

Colunas

Os Crocodilos Perdidos da Amazônia 4s4y4u

Notícias

Animais e madeiras confiscados em megaoperação mundial anti-tráfico 3g243

Colunas

Massacre e Renascimento na Ilha das Aves 486i7

conservação 4y3hz

Análises

Que semana, hein? 3c4zy

Análises

A importância da rede de colaboração em prol da conservação dos manguezais no litoral norte do Paraná 11p46

Notícias

Governo, ongs e sociedade civil se manifestam contra aprovação do PL do Licenciamento 352x2h

Colunas

Mercantilização e caos no licenciamento ambiental brasileiro 1o156g

amazônia ia40

Notícias

Degradação da Amazônia cresce 163% em dois anos, enquanto desmatamento cai 54% no mesmo período 1b2369

Reportagens

Petroleiras aproveitam disputas entre indígenas e ocupam papel de Estado enquanto exploram territórios no Equador s201v

Reportagens

Ao menos 6 milhões de cabeças de gado no Pará estão irregulares entre indiretos 1kd5e

Notícias

Cientistas descobrem espécie de peixe que vive solitária na Amazônia 4c5z3c

biodiversidade 17186n

Salada Verde

Brasil está entre os dez países líderes em projetos com créditos de biodiversidade 4z2f3x

Salada Verde

Agenda do presidente definirá data de anúncio do plano de proteção à biodiversidade 1x2p2z

Notícias

Um jequitibá de 65 metros: conheça a maior árvore viva da Mata Atlântica 3x533j

Notícias

Cientistas descobrem espécie de peixe que vive solitária na Amazônia 4c5z3c

Deixe uma respostaCancelar resposta 4wh1i

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 2 5d6d45

  1. Fabio diz:

    Espetacular!!! O primeiro o para restabelecer a espécie em SP (Serra do Mar) e Paraná (Rio Floriano)


  2. Paulo diz:

    Muito boa iniciativa. Há registros desta espécie, no ado em áreas no sul do Brasil.