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Desmatamento tem nova alta na Amazônia e chega a 904 km² 442o1g

Área sob alerta é duas vezes maior que Sharm-el-Sheikh, cidade do Egito onde o Brasil tenta se vender como potência verde na Conferência do Clima da ONU

Cristiane Prizibisczki ·
11 de novembro de 2022 · 3 anos atrás

O Brasil está tentando fazer bonito na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, que este ano acontece no Egito, mas a realidade não o deixa mentir: o desmatamento continua sem controle na Amazônia. A área sob alerta em outubro atingiu 904 km², o equivalente a duas vezes o tamanho de Sharm-El Sheikh, cidade onde a conferência está sendo realizada. Os números são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e foram atualizados nesta sexta-feira (11).

O desmatamento é responsável por 49% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil, sendo que 77% vêm da Amazônia, segundo último levantamento do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgado no início deste mês de novembro.

O número de alertas em outubro foi 3% maior do que o mesmo mês de 2021, mas desde agosto o aumento chega a 44,65%.

No ranking de estados desmatadores, o Pará se mantém na liderança, com 435 km² sob alerta. O segundo da lista é o Mato Grosso, com 150 km², seguido pelo Amazonas (142 km²), Rondônia (68,5km²), Acre (64 km²), Roraima (23,9 km²), Maranhão (17 km²) e Amapá (2km²).

“Neste fim de mandato, há uma corrida de criminosos ambientais para derrubar a floresta, aproveitando o fato de que ainda têm um parceiro sentado na cadeira da presidência da República. Enquanto Lula está a caminho do Egito para se reunir com líderes do mundo inteiro na tentativa de resgatar a imagem do Brasil, Bolsonaro continua no país, implementando sua agenda de destruição ambiental”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

Taxa oficial adiada (de novo) para depois da COP 2u5t6h

A taxa oficial de desmatamento em 2022 (com os dados de agosto do ano ado a julho deste ano), do sistema Prodes, também do INPE, ainda não foi divulgada e, segundo apurou ((o))eco, não deve sair até final de novembro. 

Esta é a terceira vez que o Brasil não divulga os dados do desmatamento antes ou durante a Conferência da ONU sobre o Clima. Segundo o levantamento, desde 2005, quando o INPE começou a divulgar os números do desmatamento no próprio ano em que ocorreram, somente em 2016, 2021 e agora, em 2022, isso aconteceu.

De acordo com o INPE, a data e o formato de divulgação dos números do Prodes são definidos pelo Governo Federal. No ano ado, o desmatamento chegou a 13.038 km², a maior taxa em 15 anos e uma alta de 73% em relação a 2018, último ano antes do início do governo Bolsonaro.

O que é certo é que o governo Lula vai herdar os números, já que a contagem oficial do desmatamento anual vai de 1º de agosto de um ano até 31 de julho do ano seguinte. Ou seja, o que foi computado a partir de agosto deste ano vai parar na conta do próximo governo.

Esta reportagem foi produzida como parte do Climate Change Media Partnership 2022, uma bolsa de jornalismo promovida pela Internews´ Earth Journalism Network e pelo Stanley Center for Peace and Security.

  • Cristiane Prizibisczki 1z1b3e

    Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas.

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