O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou, nesta quinta-feira (27), um série de medidas de prevenção e combate ao fogo para a temporada de queimadas de 2025. A principal delas foi a de uma portaria que estabelece estado de emergência ambiental em áreas vulneráveis a incêndios.
Com a portaria – assinada em antecipação ao período de maior estiagem nos biomas brasileiros – estados, municípios e o governo federal poderão contratar brigadistas e orientar ações preventivas antecipadamente, com base em dados climáticos e a evolução de risco de fogo.
A estratégia do governo para 2025 é o planejamento de ações por fases, ao longo do ano e para as diferentes regiões do Brasil, considerando a evolução do clima e risco de queimadas.
Para programar as ações, o Brasil foi dividido em 23 mesoregiões e, em cada uma delas, foram mapeados os meses mais críticos para o fogo e as ações de mobilização necessárias para combatê-lo, quando e se caso surgirem.
Ao todo, o governo pretende mobilizar 4.608 profissionais, sendo 4.358 brigadistas florestais federais e 250 servidores efetivos. O número representa um aumento de 25% em relação a 2024.
Além disso, o governo federal anunciou que, este ano, serão disponibilizados para as ações de prevenção e combate 15 helicópteros, 10 aviões de lançamento de água, 2 aviões de transporte, 340 caminhonetes operacionais, 199 veículos especializados e 50 embarcações.
Articulação integrada 4p6jo
Apesar do aumento do efetivo e da estrutura operacional, a integração entre as ações do governo federal e as dos estados e municipíos continiua sendo o principal gargalo. Para contornar este problema, o diretor do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que uma estratégia integrada está sendo formatada.
“Ideia é que a estratégia seja integrada. Estamos trabalhando de forma muito intensa a integração com órgãos ambientais. Ibama e ICMBio atua em áreas federais, mais fogo não tem dono. Agimos em áreas fora da competência legal porque o patrimônio precisa ser preservado”, disse.
Outras ações 623sn
Além do aumento de brigadistas e das ações de antecipação ao fogo nos diferentes biomas brasileiros, o MMA anunciou uma série de medidas estruturais e novas políticas públicas voltadas para o enfrentamento das queimadas.
Entre elas estão a ampliação do monitoramento diário das áreas queimadas para o Brasil, o desenvolvimento do Sistema de Informações sobre Fogo (Sisfogo) para uso dos órgãos públicos e sociedade, estimulo à elaboração de Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) em municípios, territórios indígenas e comunidades tradicionais, e a elaboração do Plano de Ação para Prevenção e Controle de Incêndios em 2025 para Pampa e Mata Atlântica. O governo também determinou que todos os estados devem ter seus PMIF elaborados em até dois anos e que licenciamento deve considerar PMIFs como medidas preventivas e mitigadoras de riscos de incêndios.
Em 2024, o Brasil registrou o maior número de queimadas dos últimos 14 anos. Foram 278 mil focos, o sétimo maior valor de toda a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), iniciada em 1999.
Leia também 84q8

Brasil já inicia 2025 com grande número de queimadas 1n4o3i
Número de focos registrados em 2024 foi o maior dos últimos 14 anos e o sétimo maior em toda série histórica do INPE, iniciada em 1999 →

Mudança de paradigma – Quando o fogo vira ferramenta de combate à crise climática 4m1h57
Manejo Integrado do Fogo pode ajudar o país a reduzir emissões de gases estufa. Parna da Chapada dos Guimarães é um dos pioneiros no Brasil no uso da técnica →

Após sobrevoar incêndios no Pantanal, Lula sanciona lei que disciplina uso do fogo 6n4j6e
Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo prevê usos controlados, como na prevenção a incêndios, proíbe uso para desmatamento e incentiva soluções alternativas no meio rural →