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Pesquisadora descobre nova espécie de peixe na bacia do rio Amazonas 2x6y3o

A espécie é um minúsculo bagre de corpo semi-transparente, e foi encontrada por uma bióloga brasileira a 78km de Manaus, no município de Rio Preto da Eva

Duda Menegassi ·
17 de maio de 2020 · 5 anos atrás
A espécie Ammoglanis obliquus mede até 1,5cm e possui corpo semi-transparente. Foto: Elisabeth Henschel/Divulgação

Uma nova espécie de peixe foi descoberta na Amazônia: o Ammoglanis obliquus, uma espécie de bagre que cresce até no máximo 1,5 centímetros e que possui um corpo semi-transparente. O peixe recém-descrito pela ciência foi encontrado num curso d’água parcialmente destruído, no município de Rio Preto da Eva, a 78 km de Manaus, Amazonas. A descoberta ajuda a entender a morfologia da evolução dos bagres, que possuem 956 espécies conhecidas pela ciência somente na bacia do rio Amazonas.

O gênero Ammoglanis, entretanto, composto por esses bagres minúsculos e semi-transparentes não possuía ainda nenhum registro na região. A descoberta foi liderada pela bióloga brasileira Elisabeth Henschel e publicada no periódico internacional Zoosystematics and Evolution em fevereiro, junto com uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Sistemática e Evolução de Peixes Teleósteos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A pesquisa contou com o apoio da National Geographic Society.

O registro da nova espécie foi feito pela primeira vez por acaso, em agosto de 2019, enquanto Henschel e dois colegas da UFRJ iniciavam uma expedição de pesquisa na Amazônia para estudar um outro grupo de peixes, o candiru.

O Ammoglanis obliquus se diferencia dos outros peixes do gênero pela quantidade e formato de ossos, dentição, e pelo número e localização de nadadeiras. Além disso, seu padrão colorido, composto por manchas espalhadas por todo o corpo, só é encontrado em outro peixe do gênero, o Ammoglanis pulex, encontrado na bacia do rio Orinoco, na Venezuela. A espécie recém-descoberta vive em bancos de areia perto de Rio Preto da Eva e se alimenta do sangue e da mucosidade de animais maiores ou em decomposição.

A distribuição geográfica restrita, característica comum a maioria dos bagres, pode ser o maior risco do Ammoglanis obliquus, cujo curso d’água onde foi descoberto, por exemplo, está localizado no meio de um sítio de construção. Ter um habitat reduzido aumenta a suscetibilidade de uma espécie aos riscos de extinção, pois qualquer desequilíbrio ou  supressão do seu habitat pode comprometer a existência da espécie inteira.

“A conservação é geralmente focada nas espécies maiores, porém, quando destruímos as correntes e os pequenos cursos de água onde estes pequenos peixes moram, tem implicações desconhecidas no médio e longo prazo. Nosso papel como cientistas é oferecer conhecimento que depois possa ser utilizado para compreender a importância desses peixes pequenos para o ecossistema”, explica Elisabeth Henschel.

Visão lateral e dorsal do novo peixe. Foto: Elisabeth Henschel/Divulgação.

 

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  • Duda Menegassi 5t4258

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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Comentários 1 2p2l4m

  1. Squid diz:

    Mais um bagre pro colo do Barba!