Notícias

Um trabalho para mais três séculos 405j2u

Já foram identificadas 11.676 espécies de árvores na Amazônia, mas ainda faltam milhares a serem descritas pela ciência

Vandré Fonseca ·
18 de julho de 2016 · 9 anos atrás
Mais de 11,6 mil espécies de árvores já foram identificadas na Amazônia, mas ainda falta cerca de 4 mil segundo o estudo. Crédito: Nigel Pitman, The Field Museum.
Mais de 11,6 mil espécies de árvores já foram identificadas na Amazônia, mas ainda falta cerca de 4 mil segundo o estudo. Crédito: Nigel Pitman, The Field Museum.

Manaus, AM — Ainda vão ser necessários 300 anos para conhecermos todas as espécies de árvores existentes na floresta amazônica. Isso se o ritmo de descrições de novas espécies se manter o mesmo registrados desde 1900. A conta foi feita por uma equipe internacional de botânicos, com participação do Museu Paraense Emílio-Goeldi, de Belém, que calcularam também o total de espécies já conhecidas e estimaram o número que ainda não foi descoberta pelos cientistas.

O resultado do estudo foi publicado na revista Scientific Reports, em junho. A mesma equipe já havia estimado que a Amazônia abriga cerca de 16 mil espécies diferentes de árvores. Agora, depois de um levantamento em cerca de 500 mil amostras em diferentes museus, eles concluíram que já foram descritas 11.676 espécies diferentes da árvores amazônicas, ou seja, ainda há muito trabalho a ser feito para descrever todas, ou pelo menos quase todas, que existem.

Nas contas dos pesquisadores ainda existem 4 mil espécies diferentes à espera de ganhar nomes científicos. “Desde 1900, entre cinquenta e duzentas novas árvores são descobertas na Amazônia todos os anos”, conta o ecologista Nigel Pitman, do Field Museum. Para os responsáveis pelo estudo, esse levantamento é importante para pesquisadores que estudam a floresta amazônica.

Levantamento foi possível graças às novas tecnologias que permitem digitalizar coleções e agregar as informações. Crédito: Kevin Havener, The Field Museum.
Levantamento foi possível graças às novas tecnologias que permitem digitalizar coleções e agregar as informações. Crédito: Kevin Havener, The Field Museum.

Para que o trabalho fosse possível, foi necessário digitalizar as coleções que estavam em diferentes museus do mundo. Pitman destaca que o projeto é o casamento de coleções centenárias com novas tecnologias, que tornaram possível compartilhar e agregar todas os dados das coleções.

“Nós estamos tentando dar às pessoas ferramentas para elas não trabalhem no escuro”, afirma o líder do estudo Hans ter Steege, professor visitante do Museu Emílio Goeldi. “O checklist dá aos cientistas uma noção melhor sobre o que atualmente está crescendo na Bacia Amazônica e que ajuda nos esforços de conservação”, completa.

De acordo com Nigel Pitman, o Field Museum de Chicago, que participa dos estudos, tem coletado e descrito espécies da Amazônia há mais de um século. “Nós temos cientistas aqui, como Robin Foster, que tem trabalhado na botânica amazônica por décadas”, conta. “Esta nova lista é de certa forma o auge de todo este trabalho”.

Saiba Mais

Artigo: The discovery of the Amazonian tree flora with an updated checklist of all known tree taxa Hans ter Steege, Rens W. Vaessen, Dairon Cárdenas-López, Daniel Sabatier, Alexandre Antonelli, Sylvia Mota de Oliveira, Nigel C. A. Pitman, Peter Møller Jørgensen & Rafael P. Salomão.

 

Leia Também

Floresta explorada não volta a ser a mesma

Cientistas revelam recife submerso na costa amazônica

Desmate zero é viável, dizem economistas

 

 

  • Vandré Fonseca vd27

    Jornalista especializado em Ciências e Meio Ambiente.

Leia também 84q8

Reportagens
13 de julho de 2016

Desmate zero é viável, dizem economistas 2p2c6l

Pagar fazendeiros para não desmatar no país inteiro exigiria R$ 5,2 bilhões por ano em 15 anos, sugerem cálculos feitos por equipe da UFRJ sob encomenda do Ministério do Meio Ambiente

Notícias
25 de abril de 2016

Cientistas revelam recife submerso na costa amazônica 1o2m3t

Uma equipe de brasileiros e americanos encontra na foz do rio Amazonas corais que se estendem por cerca de mil quilômetros, do Maranhão a Guiana sa

Notícias
14 de julho de 2016

Floresta explorada não volta a ser a mesma 5s2253

Estudo apresenta evidências de que ciclo de 30 anos para manejo da Amazônia é insuficiente para recuperação da floresta.

Mais de ((o))eco 6q6w3q

amazônia ia40

Notícias

Morre Dalton Valeriano, responsável por modernizar o monitoramento do desmatamento no país 5q4d16

Colunas

O segredo mais bem guardado da política climática brasileira 433a2j

Notícias

Onda de apoio a Marina Silva após ataques sofridos no Senado une ministras, governadoras e sociedade civil 3h52q

Notícias

Em audiência tensa no Senado, PL-bomba e Foz do Amazonas dominam a pauta 386zf

mata atlântica 234u64

Notícias

Governo cria três novas unidades de conservação na Mata Atlântica 2b5l3n

Notícias

Brasil tem 34 espécies de primatas ameaçadas de extinção 3y45o

Análises

A importância da rede de colaboração em prol da conservação dos manguezais no litoral norte do Paraná 11p46

Notícias

A alta diversidade de aves em Bertioga, no litoral de SP 4o4w5q

Caixa Postal 352x2y

Análises

Os oportunistas da notícia 152q3o

Análises

O MT Ilegal 14525b

Análises

Cadâ a pressa da licença ambiental? 6m2x2h

Análises

Biomas esquecidos 4z2q5k

biodiversidade 17186n

Notícias

Ave criticamente em perigo de extinção, soldadinho-do-araripe ganha um refúgio 103f1s

Reportagens

Como as unidades de conservação podem resistir à crise climática? 512p5g

Notícias

Estudo aponta multiplicação preocupante do peixe-leão no litoral brasileiro 3o3249

Colunas

Cientistas negras viram a Maré: protagonismo e resistência na ecologia, evolução e ciências marinhas 1l5y71

Deixe uma respostaCancelar resposta 4wh1i

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.

Comentários 1 2p2l4m

  1. Cecilia Havreluk diz:

    LINDO TRABALHO FEITO SOBRE AS ESPÉCIES DE ÁRVORES… e muito trabalho ainda pela frente,não é fácil. Como diz o ditado devagar se vai longe, ou sempre em frente não parar. O futuro virá a recompensa. Então bola pra frente. Tomara que mais cientistas se integrem na causa.
    Sinto muito já terem muitos por cento da Amazônia já devastada. Tomara que aparecem os defensores da Amazônia e salvem a Amazônia.
    PARABÉNS á todos.