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Em busca dos anfíbios “perdidos” 3f3c4f

Expedições científicas iniciam busca por 100 espécies de sapos e salamandras considerados extintos na natureza. O Brasil receberá duas visitas.

Redação ((o))eco ·
9 de agosto de 2010 · 15 anos atrás
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Cientistas iniciaram uma busca em 14 países ao redor do mundo para encontrar 100 espécies de anfíbios consideradas extintas. Os animais, tidos como “perdidos”, ainda podem existir em algumas regiões remotas.
 
Esse é o primeiro esforço coordenado para encontrar espécies “perdidas” e a razão é o declínio mundial dramático nas populações de anfíbios com mais de 30% das espécies ameaçadas de extinção. A iniciativa é tida como pioneira e de extrema importância, não só por proporcionar o possível reencontro da ciência com essas espécies, mas por representarem uma tentativa de explicar a crise de extinção e os impactos enfrentados pelos anfíbios. As espécies procuradas não são observadas há décadas, porém cientistam querem correlacionar a atual crise de extinção dos anfíbios com a perda dessas espécies e, dessa forma tornou-se necessário saber se essas populações sobreviveram ou não.

Foram selecionadas 100 espécies na busca científica, porém, Robin Moore, da Conservação Internacional, que organizou a busca para o Grupo de Especialistas em Anfíbios da IUCN, e sua equipe criaram uma lista com as 10 espécies principais que garantem uma redescoberta emocionante para os pesquisadores. Moore afirma que, “Embora reconheçamos que é muito difícil atribuir importância e priorizar uma espécie em detrimento da outra, criamos a lista das 10 principais porque acreditamos que estes animais em particular têm um valor científico ou estético especial”, pontua.

A importância ecológica dos anfíbios são inúmeras, principalmente por seus serviços no equilíbrio do meio ambiente, no controle de insetos que transmitem doenças e destroem plantações agrícolas, além da manutenção de ecossistemas aquáticos. Para a qualidade de vida humana, além dos fatores citados existe a possibilidade de criação de medicamentos importantes a partir de substâncias químicas produzidas na pele desses animais.

“Os anfíbios são particularmente sensíveis às mudanças no meio ambiente, por isso são geralmente um indicador do dano que tem sido causado aos ecossistemas, esse papel de ‘anunciador da crise’ significa que as alterações rápidas e profundas que têm ocorrido no meio ambiente nos últimos 50 anos– particularmente a mudança climática e a perda de habitat – têm tido um impacto devastador nessas criaturas. Organizamos essa procura por espécies ‘perdidas’ que acreditamos terem conseguido sobreviver para obtermos respostas e para saber o que permitiu a algumas pequenas populações de certas espécies sobreviverem quando o resto de sua espécie desapareceu” explica Moore.

Confira a lista de “10 espécies perdidas”
Sapo dourado, (Incilius periglenes), da Costa Rica. Um dos anfíbios perdidos mais famosos, visto pela última vez em 1989. 
 
  • Rãs “incubadoras” (Rheobatrachus vitellinus e R. Silus), da Austrália “perdidas” em 1985. Essa espécie possui a característica de engolir ovos fertilizados para serem chocados no estômago, assim os girinos nasciam pela boca da mãe. 
     
  • Sapo da mesopotâmia, (Rhinella rostrata), da Colômbia. Visto pela última vez em 1914, a espécie possui uma forma singular: cabeça em forma de pirâmide.
     
  • Salamandra (Bolitoglossa jacksoni), da Guatemala. “Perdida” em 1975, é uma impressionante salamandra preta e amarela – uma das únicas duas espécies conhecidas, acredita-se que foi roubada de um laboratório na Califórnia em meados dos anos 1970. 
     
  • Sapo africano (Callixalus pictus), da República Democrática do Congo/Ruanda. Visto pela última vez em 1950. 
     
  • Sapo do Rio Pescado, (Atelopus balios), do Equador. Visto pela última vez em abril de 1995. 
     
  • Salamandra (Hynobius turkestanicus), do Quirguistão, Tadjiquistão ou Uzbequistão. Conhecida pelos únicos dois espécimes coletados em 1909 em algum lugar “entre Pamir e Samarcanda”. 
     
  • Sapo arlequim (Atelopus sorianoi), da Venezuela. Visto pela última vez em 1990. Encontrado em um único riacho em uma floresta isolada do país. 
 
  • Rã sem teto, (Discoglossus nigriventer), Israel. Vista pela última vez em 1955. Um único adulto coletado em 1955 representa o último registro confirmado da espécie. Esforços para drenar pântanos na Síria para erradicar a malária podem ter sido responsáveis pelo desaparecimento da espécie. 
     
  • Sapo (Ansonia latidisca) de Bornéu (Indonésia e Malásia). Visto pela última vez nos anos 1950.

Expedições no Brasil:

  •  Crossodactylus grandis (sem nome popular)- Visto pela última vez na década de 1960. A pesquisa, liderada por Taran Grant, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, acontecerá em cidades de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro de 18 a 31 de setembro. A espécie foi descrita a partir de Brejo da Lapa, Itamonte (Minas Gerais).
     
  • Rãzinha-das-pedras (Cycloramphus valae). Vista pela última vez em 1982. Liderada por Patrick Colombo, doutorando da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, a pesquisa acontecerá de 20 a 30 de setembro. A espécie é conhecida em quatro localidades da Mata Atlântica nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Para mais informações: www.conservation.org/lostfrogs  

 

  • Redação ((o))eco 43176a

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