
Como forma de compatibilizar a conservação ambiental com o uso da praia pelos moradores e veranistas, a Prefeitura Municipal de Osório/RS, por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Gestão Urbana, criou o Projeto Manejo e Conservação das Dunas Costeiras de Atlântida Sul e Mariápolis em 2008. Por meio de um convênio com o NEMA (Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental) o projeto realiza ações de manejo, educação ambiental, produção e plantio de espécies nativas de dunas e capacitação de pessoal para realizar atividades de recuperação e gestão das dunas costeiras nessas duas praias.
A engenheira florestal e coordenadora do projeto, Margarete Chemin, garante que esse trabalho possibilita o lazer da comunidade de forma ambientalmente correta e com qualidade. “Temos o programa ‘Sala Verde vai à Praia’, no qual realizamos ações voltadas à educação e convívio com as dunas”, declara. Um exemplo disso foi o plantio de mudas de plantas nas dunas realizada com os alunos da escola de Atlântida Sul.

Entretanto, muitas cidades do litoral gaúcho ainda não estão cientes da necessidade de proteger as dunas, deixando a fiscalização de lado e fazendo vistas grossas às construções civis que se instalam à beira-mar. Este crescimento urbano desordenado é bastante prejudicial e acima de tudo ilegal, visto que estes ecossistemas são caracterizados como áreas de preservação permanente, protegidas pela Lei Federal nº 4.771/65 e Lei Estadual nº 11.520/00. Sua importância consiste em proteger o lençol freático de água doce, servir como barreira natural contra as ressacas do mar e ser o habitat para diferentes espécies.
Margarete garante que as dunas abrigam e alimentam animais, como o tuco-tuco, a coruja-buraqueira, o caranguejo-fantasma, a lagartixa-da-praia, além de inúmeros insetos. “A destruição das dunas levou o tuco-tuco, pequeno roedor que só ocorre no litoral gaúcho, para a lista vermelha de animais ameaçados de extinção”, alerta. Com relação à flora, as espécies nativas da área são as margaridas-das-dunas, o capim-das-dunas, o capim-salgado e a catiporágua. (Flávia Moraes)
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