Na última sexta-feira (16), um casal que levava na mochila uma fêmea de macaco-prego foi preso em flagrante no Rio de Janeiro. O animal, que parecia ter sido dopado, havia sido capturado ilegalmente no Parque Nacional da Tijuca. Os os dos suspeitos foram acompanhados dentro da área protegida até a captura do macaco. A dupla foi interceptada após sair do parque de carro. A fêmea de macaco-prego (Sapajus nigritus) resgatada foi levada ao Instituto Vida Livre, para ser submetida a exames e avaliação de seu estado de saúde.
A ação é resultado de uma operação conjunta de inteligência do ICMBio, da Polícia Federal, do Comando de Polícia Ambiental (AM) e do 6º Batalhão da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), da Polícia Civil e da CIVITAS (Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio a Segurança Pública), da Prefeitura do Rio.
A movimentação do casal – um homem de 29 anos e uma mulher de 26 – já era vigiada há semanas pelas forças de segurança. De acordo com a Polícia Federal, o objetivo deles era traficar a espécie por meio de redes sociais e feiras clandestinas. Os dois já possuem registros por outros crimes ambientais e vão responder por crimes contra a fauna, o que inclui a caça. Os nomes não foram divulgados.

Os criminosos entraram no setor Floresta do Parque Nacional da Tijuca, área aberta à visitação, no fim da manhã da sexta-feira (16). Dentro do veículo, eles carregavam sacos, cordas, uma caixa de medicamentos e alimentos para atrair os animais. Os dois foram conduzidos para a Delegacia de Meio Ambiente da Polícia Federal. O homem foi autuado por receptação qualificada, caça ilegal dentro de área de reserva ambiental e maus-tratos a animais, e encaminhado para a detenção. Já a mulher foi autuada por crime ambiental e será investigada ao longo do inquérito. Um telefone e o carro dos suspeitos também foram apreendidos.
De acordo com informações da gestão do Parque Nacional, a ação faz parte de uma força-tarefa que está sendo montada para combater o tráfico de animais silvestres no Estado do Rio de Janeiro. A operação reúne Polícia Federal, ICMBio, IBAMA, PMERJ, PCERJ e Inea-RJ.
O episódio reforça também a importância de não alimentar animais silvestres. “Alimentar um macaco-prego, que é uma espécie muito comum no Parque Nacional da Tijuca, faz com que ele perca o medo do ser humano para se alimentar com mais facilidade. Além de expor o animal ao risco de doenças humanas (e vice-versa), fragiliza o seu instinto natural de se manter longe das pessoas, de se manter arisco. Por isso, por melhor que seja a intenção, nunca devemos alimentar nenhum animal silvestre”, alertou a chefe do Parque Nacional da Tijuca, Viviane Lasmar.
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