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Entidades empresariais do Pará pedem a suspensão do Fundo Amazônia l3a3j

Fórum das Entidades Empresariais do estado envia uma carta ao presidente Temer dizendo que o fundo atrapalha o desenvolvimento local

Daniele Bragança ·
2 de julho de 2017 · 8 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Ambientalistas protestam contra Temer em Oslo. Foto: Ronny Hansen/Rainforest Foundation Norway.
Ambientalistas protestam contra Temer em Oslo. Foto: Ronny Hansen/Rainforest Foundation Norway.

O Fórum das Entidades Empresariais do Pará, que representa 11 instituições vinculadas à indústria e ao comércio no estado, como o SENAI, o SESI e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL), encaminhou na última terça-feira (27) uma carta ao presidente Michel Temer pedindo a imediata suspensão do Fundo Amazônia e sua completa revisão.

Segundo a entidade, o Fundo vem obstruindo os setores produtivos do Pará e da Amazônia como um todo: “ (…) submissos a propósitos alienígenas utilizam os seus recursos nos financiamento de organizações não-governamentais, desprovidas de conhecimento local, prejudicando, assim, a todo custo, que o desenvolvimento chegue às comunidades secularmente interiorizadas para dar a possibilidade de sua inserção social, sem ofensa ao patrimônio natural”.

Os representantes não deixam claro na carta como o financiamento de programas de organizações não-governamentais atinge o setor produtivo paraense, mas se mostram indignados contra o que chamam de desrespeito à soberania da Amazônia.

“O que sentimos hoje é o desrespeito à nossa condição de amazônida e, com isso ver a nação brasileira ser humilhada quando de sua presença na Noruega, pois, é em Oslo, sua capital, que hoje se discute a soberania da Amazônia, um absurdo, uma tutela não solicitada, depreciativa”.

Na penúltima semana de junho, o presidente Michel Temer fez uma visita oficial à Noruega. A alta do desmatamento na Amazônia e notícias envolvendo a redução de Unidades de Conservação tomou conta do encontro, que teve direito a manifestação de ambientalistas e a notícia que o país reduziria os rees que envia ao fundo Amazônia por conta da alta da perda da floresta em 2015 e 2016.

Para os representantes do setor produtivo paraense, o governo precisa reformular ou acabar com o Fundo Amazônia, como “forma de recuperarmos a respeito internacional”. O Fundo Amazônia financia a política de redução do desmatamento no bioma Brasil desde 2008. A Noruega é o maior financiador do Fundo.

A carta ressalta que o país nórdico está situado “no continente europeu, que a seu modo inscreve cerca de mais de 97% de autodevastação florestal, afora os exemplos deixados na sua atuação no continente africano cujo retrato é um rastro de destruição e pobreza, não é recomendando (sic), portanto, como digna de proferir lições para nós, brasileiros”.

Na verdade, a Noruega é um dos países que mais preserva a própria floresta: 40% do país é de floresta, outros 40% são de campos naturais e montanhas, 7% pedra e gelo, 7% água e só 3% agricultura. A população norueguesa é um pouco mais do que 5,1 milhões de pessoas. A cidade do Rio de Janeiro possui 6,4 milhões de moradores.

Leia a carta na íntegra.

 

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  • Daniele Bragança 5m5u64

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 3 2j4w2q

  1. paulo diz:

    Ok, Fernando. Então, fica melhor "Bandidos da Pátria".

    Abraços


  2. paulo diz:

    Setor produtivo, papo furado, setor rapinante de GRANDES e abonados, que usam o Estado, tem um moooonte de benecias e desafetação de impostos.

    Inimigos da Pátria e amigos do dinheiro facil.

    Poder a qualquer custo. Somente do prazer de "mandar'


    1. Fernando diz:

      "Inimigos da Pátria", vamos virar o disco por favor.